23 novembro, 2011

É amor ou paixão?



 Distinções entre amor e paixão tem sido foco de literaturas mundiais. A curiosidade acerca desse assunto tem deixado de ser apenas científico, tornando-se um conhecimento coletivo.  
A relação a dois envolve sensações, emoções e sintomas prazerosos, podendo ser concomitantemente sofredores. Normalmente, quem diz ter amado intensamente, já provou a dor de não ter sido correspondido com a mesma medida.
Cientistas explicam quem ambos os sentimentos são decorrentes de manifestações bioquímicas do organismo. Na fase inicial de um relacionamento amoroso, a paixão, é resultado de substâncias como dopamina, feniletilamina e ocitocina que provocam sensações bem acentuadas. O organismo tende a resistir aos efeitos dessas substâncias após um determinado período de tempo, de dezoito a trinta meses, segundo algumas pesquisas.
Do ponto de vista psicológico, a paixão impulsiona o comportamento, é o momento em que a fantasia é explícita, o desejo de realizá-la é forte, as emoções sobrepõe leis, regras e repreensões. A forma como a pessoa irá reagir a esse estado definirá a existência de uma patologia ou não. Passividade, sofrimento psíquico prolongado e permanente dependência do outro são fatores que indicam a presença de uma neurose.
Por outro lado, o amor é resultado de uma relação madura, onde não existe perfeição, os defeitos são expostos, ambos são capazes de enxergar no parceiro a real imagem. 
Caracterizado por um vínculo emocional estável, estímulos e respostas são adequados e ajustados, facilitando a manutenção e a motivação do amor.

Para exemplificar o texto acima trouxe um caso clínico:

A, sexo feminino, 29 anos, casada e sem filhos. A, chegou ao consultório queixando-se do seu casamento. A, colocou estar muito insatisfeita com o seu marido, não consegue admirá-lo, quando ele a procura na cama ela não sente prazer algum (disse que após o casamento nunca conseguiu atingir o orgasmo), acha o marido feio e relaxado. A, mantém relações extra-conjugais desde1 ano de casada, troca de parceiro várias vezes, acha necessário, alega que sempre que inicia uma relação passando um tempo perde a graça. Em casa, A, quando está sozinha fica na internet (marcando novos encontros), sente-se deprimida e tem dificuldade de dormir. 

- Nesse caso foi percebido o vício de, A, pelos sintomas da paixão. Sempre que um relacionamento não estava mais gerando a "magia" que esperava, A, interrompia e iniciava uma outra relação afetiva. Próximo ao término do tratamento psicoterápico, A, chegava ao set terapêutico colocando o que havia feito com o marido durante a semana, as qualidades que tinha visto nele e os planejamentos para terem filhos.



"O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". 
1 Coríntios 13:4-7


Bibliografia:

Cecarelli , P. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n. 3, p. 471-477, set./dez. 2005.
Fernandes, F. disponível em: http://vilamulher.terra.com.br, acessado: 21/11/2011.
Lino, T. A patologia do amor - Da paixão à psicopatologia. 2009.



Preparei essa  matéria com muito carinho p vcs, espero que possam refletir sobre o assunto. Avaliar o relacionamento afetivo nunca é demais.

Beijos,
Thiene







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